quinta-feira, 27 de julho de 2017

LIVRO DISCUTE A DINÂMICA DE NEUTRALIZAÇÃO DA JUVENTUDE NEGRA E POBRE NO BRASIL

A atuação como professora no presídio de Cataguases, cidade da zona da mata mineira, foi o fator que despertou em Ana Idalina o desejo de investigar a fundo o tema “prisões”, buscando delinear, a partir da história de vida dos seus alunos, o perfil dos homens que cumpriam pena e frequentavam a escola no ano de 2013. O livro que a professora está lançando neste mês de agosto, que tem como título Criminalizar para punir: a dinâmica de neutralização da juventude pobre e negra no Brasil , traz os primeiros resultados de sua pesquisa, obtidos através de uma abordagem mais aprofundada da punição através dos tempos, culminando com uma apresentação do significado da prisão dentro do contexto neoliberal brasileiro, onde a mídia desempenha o papel de contribuir para a criminalização dos jovens  pobres e  negros das periferias brasileiras, promovendo uma espécie de convencimento da população de que a culpa da violência é dos jovens pobres e negros do Brasil, legitimando a própria violência contra esses jovens. O livro busca investigar as razões ocultas que movem o sistema punitivo e traz, o final, um estudo de caso desenvolvido dentro da escola prisional, que comprova as teorias apresentadas ao longo do estudo.
Com prefácio escrito por três mulheres representativas no campo das prisões no Brasil, a primeira delas, Síntia Soares Helpes, pesquisadora e escritora, a segunda,  Cátia Lindemann, presidente da Comissão Brasileira de Bibliotecas Prisionais,  e a terceira, Elizabeth de Almeida Silva, professora e ativista na defesa dos direitos dos encarcerados, o livro busca fornecer fundamentação teórica, tanto para estudantes de graduação e pós-graduação, quanto para os leitores que buscam se armar de conhecimento para construir uma argumentação que solidifique seu discurso, seja em conversas informais, seja para a escrita de textos sobre o assunto.
De acordo com o prefácio escrito por Síntia Helpes,   "Criminalizar para punir" é um livro imprescindível para compreender o que é o sistema punitivo no mundo e no Brasil, já que a autora, Ana Idalina, apresenta, em sua obra, “uma profunda e necessária análise sobre o sistema punitivo e o papel central que ele ocupa na política econômica e social da maior parte do planeta”. Síntia também ressalta a importância das referências teóricas do estudo:

.Munida de uma bibliografia  muito respeitável, que inclui autores clássicos como Rusche, Kirchheimer e Foucault e contemporâneos como Loic Wacquant e Vera Malaguti Batista , Ana Idalina busca explicar o sistema punitivo em relação à estrutura econômica e política  com a qual ele se relaciona. Enquanto torturas, execuções e multas eram as punições mais adequadas na Idade Média, o cárcere tornou-se a  punição por excelência na modernidade.

Especialmente no momento que vivemos, quando se torna tão clara a desigualdade no julgamento e punição de delitos, é importante trazer à tona discussões como a que o livro aborda, a fim de se torne possível uma percepção mais clara da necessidade não apenas de se aplicar a lei de forma mais justa, mas principalmente de se reformular o código penal brasileiro.
Trata-se de uma leitura  de fundamental importância para  quem deseja  conhecer  o tema mais a fundo e  pensar a questão da criminalidade e do encarceramento em busca de soluções para o problema.  



CRIMINALIZAR PARA PUNIR: a dinâmica de neutralização da juventude pobre e negra no Brasil
88 páginas
Formato; 14 x 21
Editora AICN, 2017
ISBN 978-85-918218-2-2
Autora: Ana Idalina Carvalho Nunes (Mestra em Ciências Sociais, especialista em Filosofia, Cultura e Sociedade, bacharela e licenciada em Filosofia.

Preço: 30 reais
Pedido: (32)98463-6089
idalinadecarvalho@gmail.com


0 comentários:

Postar um comentário

Share

Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites More