Eles habitam a região de Lesedi, na África do Sul e, com cerca de 650 mil pessoas, são uma das poucas nações que conseguiram preservar suas tradições. Mesmo sendo uma sociedade patriarcal, a conhecida herança artística dos Ndebele foi passada de mãe para filha ao longo dos séculos e apenas as mulheres se dedicam aos grafismos e artesanatos
- Na sociedade Ndebele, a mulher ocupa uma posição distinta, devido ao seu domínio na arte da pintura e com o vestuário. Grafismos e cores fortes são expressados em paredes e vestimentas, além dos acessórios (braceletes, colares e tiaras) confeccionados com miçangas e contas coloridas. Eles se utilizam, também, de fibras vegetais para os adornos que enfeitam o alto da cabeça, usados nas festas.
- Os grafismos são puramente artesanais e desenhados à mão livre, sem medições ou esboços. À primeira impressão, são as de imagens abstratas, mas na verdade tudo é feito baseado num complexo sistema de sinais e símbolos.
- Na arte dos Ndebele, as girafas de cerâmica também são destaques. Elas são feitas com argila e, depois de secas, esmaltadas e queimadas, ficam disponíveis para a venda aos turistas ou ainda como troca por produtos essenciais de uso doméstico.
- Apenas as mulheres se dedicam a preservar a tradição artística e passá-la para frente. As meninas Ndebele são afastadas do convívio masculino quando chegam à puberdade e passam cerca de três meses aprendendo os segredos das pinturas e artesanatos. Esse período de “estudos” mostrará o quanto elas serão boas e dedicadas esposas e mães.
CARACTERÍSTICAS CULTURAIS
- Na nação Ndebele as mulheres se enfeitam mais com o casamento e com o passar da idade. Elas utilizam anéis de cobre em volta do pescoço, dos braços e das pernas após se casarem. Os anéis simbolizam a fidelidade (elas não conseguem olhar para os lados) e só são retirados na hora do banho. Como eles simbolizam a riqueza e a fidelidade aos maridos, apenas com a morte de seus companheiros os anéis podem ser retirados, mas muitas mulheres não o fazem, por se habituarem a eles.
- Quando as jovens estão na idade de casar, recebem uma boneca com xale e o avental que irá simbolizar o novo status de mulher casada. A dona da boneca deve tomar conta dela e dar-lhe um nome, que depois será dado a sua primeira filha.
Esther Mahlangu (foto ao lado) conquistou o mundo com a sua arte. Abaixo, carro da marca BMW estilizado por ela em 1992
- A noiva não deve sorrir em seu casamento, pois deve demonstrar certa ‘tristeza’ de deixar a casa de seu pai. Na cabeça, ela leva um peça característica para a cerimônia de casamento, confeccionada com fibras vegetais e que demora horas para ser preparada pelas outras mulheres. Para usar o acessório, o cabelo da noiva é raspado na frente, coberto por um painel central endurecido com uma mistura de terra e mingau de ardósia, e decorado com miçangas e uma pena de ave rara.
- O corpo da noiva é pintado com gordura de ardósia e em seu rosto é dado um brilho com vaselina, para torná-la mais atraente. É considerada uma vergonha se a peça da cabeça cair ou quebrar durante a cerimônia de casamento, que é bastante demorada.
- A manta colorida típica mostra o resumo de um forte senso de arte e design desse povo artista. As mulheres Ndebele, tradicionalmente, têm a cabeça raspada ou com tranças muito finas e simples. Os aros utilizados em torno do pescoço, braços e pernas são de bronze.
NASCIMENTO, Sônia. A arte dos Ndebele. RAÇA BRASIL. Disponível em: http://racabrasil.uol.com.br/cultura-gente/157/artigo226229-1.asp. Acesso em: http://racabrasil.uol.com.br/cultura-gente/157/artigo226229-1.asp. Acesso em: 07/11/2011.
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